ZANCUDO BERRACO
Caribaria
Label: Mera Label
Released: May 2025
Artwork: Mariya Nesvyetaylo
EN
It would be hard to think about the story of our existence in this planet without referring to the tools created by our prehistoric ancestors. From the Quenian northeast to the most forgotten realms of the iberian peninsula, fellow humans were flaking stones, striking them in the search of the perfect tool. It would still take some million years to come up with different stone splintering techniques, but from the moment that finally grain was harvested, we had synthesizers and raves in the blink of an eye.
It was in the timing of this wink, opening his eyes, that 3 years ago Zancudo appeared in a northern portugal cave, amidst the mountains, channelled through the body of Henrique Apolinário. While humbly clashing frequencies in his modular, he was not still aware a new tech was about to emerge. Not like the tools of his ancestors that eventually brought us Work, Zancudo’s tech serves to free us from it, in dancing, movement, in the carnal dialogue of bodies. Splinters of sonic pressure that clash ferociously on the dance floor, in irregular velocities, in winding and unwinding unpredictable curves, repeatedly rooting our rhythm in planes beyond matter.
Like one old raver said, in the midst of one of Zancudo’s improvised sets, somewhere in the northern monoliths of Trás os Montes. "He's like a body chiseler” yes, chiseling us with sound until we are reduced to tools for dance, connecting us, not only to our ancestors, but to the old stones that were already around in their time, and will be long after our passing.
This is his first vinyl release, after his debut on Tesla Tapes. Trying here for the first time distilling his freeform live sets into club disrupting tracks, balancing intuitively digital composition and raw energic sound matter derived from hardware and body.
Embraced by the friends from MERA, this tools were chiseled, reassembled and fired into crystals by HHY, Lechuga Zafiro, 2rana3crana, and Tera Octe.
PT
Seria difícil pensar na história da nossa existência neste planeta sem fazer referência às ferramentas criadas pelos nossos antepassados pré-históricos. Desde o nordeste queniano até aos reinos mais esquecidos da península ibérica, os nossos companheiros humanos descascavam pedras, golpeando-as na procura da ferramenta perfeita. Ainda seriam precisos alguns milhões de anos para se chegar a diferentes técnicas de lascar pedra, mas a partir do momento em que finalmente se colheu o grão, tivemos sintetizadores e raves num piscar de olhos.
Foi no timing deste piscar de olhos, abrindo os olhos, que há 3 anos atrás Zancudo apareceu numa gruta do norte de Portugal, no meio das montanhas, canalizado através do corpo de Henrique Apolinário. Enquanto humildemente chocava frequências no seu modular, não tinha ainda consciência de que uma nova tecnologia estava prestes a surgir. Não como as ferramentas dos seus antepassados que acabaram por nos trazer o Trabalho, a tecnologia de Zancudo serve para nos libertar dele, na dança, no movimento, no diálogo carnal dos corpos. Fragmentos de pressão sonora que se chocam ferozmente na pista de dança, em velocidades irregulares, em curvas imprevisíveis que se enrolam e desenrolam, enraizando repetidamente o nosso ritmo em planos para além da matéria.
Como disse um velho raver, no meio de um dos sets improvisados de Zancudo, algures nos monólitos do norte de Trás os Montes. “Ele é como um cinzelador de corpos”, sim, cinzelando-nos com o som até nos reduzirmos a instrumentos de dança, ligando-nos não só aos nossos antepassados, mas às velhas pedras que já existiam no seu tempo e que continuarão a existir muito depois da nossa morte.
Este é o seu primeiro lançamento em vinil, depois da sua estreia em Tesla Tapes. Tenta aqui, pela primeira vez, destilar os seus sets ao vivo de forma livre em faixas que perturbam os clubes, equilibrando intuitivamente a composição digital e a matéria sonora energética bruta derivada do hardware e do corpo.
Abraçado pelos amigos da MERA, estas ferramentas foram cinzeladas, remontadas e transformadas em cristais por HHY, Lechuga Zafiro, 2rana3crana e Tera Octe.
